domingo, 16 de janeiro de 2011

AQUILO QUE PENSO SOBRE AQUILO QUE VI - IX

A volta por cima da banda de forró FALAMANSA

Confesso que além do forró de raiz e mais antigo de Luiz Gonzaga, Elba Ramalho e companhia, nunca fui muito fã dessas ondas de forró, nem do forró malícia, nem do forró universitário.
Porém não posso deixar de confessar também que sempre nutri muita simpatia por esse grupo de músicos e cantores paulistas da banda FALAMANSA.
Sempre achei empolgante a alegria das letras das músicas e da imagem positiva desse grupo. Senti muito a falta deles nos últimos anos e quase havia até me esquecido deles.
Lembro-me apenas que há alguns anos atrás noticiou-se que Tato, o vocalista estava doente e que havia sofrido uma cirurgia, creio que muitos de vocês devem lembrar e saber até mais detalhes do que eu. Tratava-se de um tumor no cérebro. Após uma cirurgia e um tratamento rápido ele venceu.
Porém, na madrugada de domingo passado, dia 16.01.2011, tive a feliz surpresa de vê-los no Programa Altas Horas da emissora do PLIM-PLIM apresentado pelo inteligente e sempre garoto - apesar de ter 60 anos - Sérginho Groissmann, o eterno FALA GAROTO!
Gostei muito de ver que os caras estão voltando com dvd e esse eu quero! Continuam simpáticos, vigorosos, com alegria contagiante e mais: CONSCIENTES ecologicamente.
Sim, sim, talvez seja até uma estratégia de marketing mas... se for é muito boa e muito mais interessante do que alguns que fazem estratégias sem nenhum nexo ou visão social.
Gostei e aprovei a volta do ou "da" FALAMANSA, como Tato prefere que digam.
A Falamansa, chegou de mansinho - desculpem o trocadilho infame e irresistível - e me agradou muito com suas velhas e boas músicas (HAHAHAHAHA mas eu tô rindo a toa) e com novas propostas como LIXO NO LIXO, que na contramão de muitas, a grande maioria na verdade, das bandas de forró, pagode, rock e tais traz em sua letra um tema ecológico.
Considero isso corajoso e muito interessante já que falar de amor, dor de corno e sexo tem sido o grande tema das músicas ultimamente, assim como o grande tema dos adolescentes no cinema é o VAMPIRISMO.
Cruz-credo! Ave-Maria! rsrsrs
Enfim, fico feliz com o tato do tal Tato - olha aí o tracadilho novamente, ai ai - que a partir de um olhar mais apurado, tem primeiramente mantido seu compromisso com a cultura brasileira e batendo o pé no chão pelo FORRÓ PÉ DE SERRA - levanta poeira! - e mais: tem a determinação e a ousadia de ter temas ecológicos e cantar uma música que nos convida a todos a cantar dançar e PENSAR.
FALAMANSA é um bom sinal de que alegria, entretenimento, bom humor e diversão podem sim - e devem - andar de mãos dadas com consciência social e qualidade musical.Sem ser "eco-chato", como disse o próprio Tato numa entrevista (leia abaixo).
A "FALA MANSA" é deles! A minha é dura, desculpem:
Diga não a essas baboseiras que andam colocando nas músicas brasileiras. Diga não ao mau gosto de certas bandinhas modernas.
PENSAR DÓI, MAS CURA!!!

Clipe da música LIXO NO LIXO.
 

Abaixo trechos de uma entrevista dele ao R7.com (da TV Record)
Jornal da TV

14/09/2010 15:33
Tato do Falamansa conta como foi encarar um tumor no cérebro
Tato descobriu por acaso a doença e escapou de ficar com sequelas

Tato, cantor e compositor do Falamansa, viveu uma das maiores histórias de sucesso dos últimos anos, quando o disco de estreia do grupo, Deixa Entrar, vendeu quase dois milhões de cópias e tornou-o um ídolo nacional.
Em 2007, no entanto, ele passou por uma situação limite. Um tumor no cérebro descoberto por acaso teve de ser operado, e o artista correu o risco de morte, ou no mínimo de ficar com sequelas que poderiam impedi-lo de continuar sua carreira.
Felizmente, ele conseguiu superar esse desafio. Mais na ativa do que nunca, Tato e o Falamansa estão lançando por seu próprio selo (distribuído pela empresa carioca Acesso) o DVD Falamansa 10 Anos, gravado ao vivo em Caraguatatuba.
Em entrevista exclusiva ao R7, o cantor conta como foi essa experiência.
R7- Quando o Falamansa lançou seu primeiro CD, Deixa Falar,  você esperava que o sucesso fosse tão grande logo de cara?Tato- Quando a gente inicia uma carreira busca fazer sucesso, e no meu caso como compositor, mais ainda. Mas não imaginava que seria tanto e tão rápido. O legal é que a nossa meta continua a mesma, investindo em forró pé de serra e mensagens positivas nas letras. Nunca seguimos modismos, e se em alguns momentos isso nos prejudicou, hoje vemos que valeu a pena.
R7- As vendagens de vocês caíram muito em função da pirataria. Isso influenciou a agenda de shows de vocês?Tato- Nunca ganhamos muito com as vendas de CDs. O primeiro vendeu quase dois milhões de cópias. O segundo, 750 mil, e no terceiro, caímos para 70 mil, graças à pirataria. Sabíamos que isso aconteceria, mas os shows nunca pararam. Pelo contrário. Hoje, fazemos rodeios, shows empresariais, o nosso leque de opções aumentou. Nossa média é de 12 a 14 apresentações por mês.
R7- Em 2007 você teve um sério problema de saúde. Como foi superá-lo, após tantas possibilidades negativas que existiam em função dele?Tato- Tive de extrair um tumor do cérebro. Era algo bem sério, corri o risco de ter problemas com a fala, a coordenação motora. Descobri em um domingo. Estava com muita dor de cabeça, e uma tomografia apontou o problema.
R7- Você sentiu medo antes da operação? Como se preparou para isso?Tato- Sempre fiz músicas com mensagens positivas, e nunca pensei que Rindo à Toa fosse servir como apoio para mim mesmo. Mas sempre acreditei na alegria como forma de superar os momentos difíceis, e em Deus. Foi tudo muito rápido, descobri o tumor em um domingo, e fui operado em uma terça. Deitei para a cirurgia tranquilo, isso me ajudou bastante. Sempre busquei o bem, tinha fé de que tudo daria certo.
R7- E como foi a recuperação, demorou muito?Tato- Foi muito rápido. A previsão de volta para mim era de aproximadamente cinco meses, mas em 24 dias eu já estava fazendo shows de novo. Minha cirurgia foi um caso atípico. Também contei com grande apoio dos meus colegas de grupo, somos uma família, recebi um carinho muito grande deles.
R7- Vocês estão lançando um DVD comemorativo dos dez anos de carreira da banda. Como foi a escolha de repertório e do local onde ele foi gravado?
Tato- Grande parte desse trabalho ocorreu com a interação que temos com os nossos fãs. Foi sugestão deles a gravação do DVD em uma praia, e como temos um fã-clube muito grande em Caraguatatuba (SP), acabamos gravando lá. O repertório também saiu de uma enquete. Além dos sucessos, fiquei surpreso com a escolha de O Sol de Hiroshima, que não foi música de trabalho. A mensagem é muito forte.
R7- O trabalho também inclui novidades?Tato- Sim. Temos quatro músicas inéditas, e também algumas regravações de sucessos de artistas que admiramos, como Luiz Gonzaga (Sanfona Sentida), Dominguinhos (Pedras Que Cantam) e Herbert Vianna/Paralamas do Sucesso (Ska).
R7- O Falamansa sempre teve como marcas as mensagens positivas e também a preocupação ecológica. Isso se manteve?Tato- Sim, com certeza. Nossa preocupação ambiental é a extensão denosso objetivo de fazer o bem, conscientizar as pessoas sem ser "eco chatos", é melhor falar sobre essas coisas em canções ou em ações concretas. Os figurinos usados no show foram feitos de tecidos feitos com material reciclável, e o cenário usou sete mil fundos de garrafas pet.

6 comentários:

Denis Felix disse...

Tenho uma recordação boa do Fala Mansa...há alguns anos, bem qd eles estouraram, dancei uma coreografia inspirada no forró num espetáculo de final de ano com a música deles! Espero que recuperem a febre que causaram naquela época, msm pq forró nunca é tema ultrapassado, mesmo com suas variações!

Anônimo disse...

Quando agente pensa que está sozinho, alguém vem e diz tudo isso!!! Serei eternamente grato ao seu comentário e espero ser sempre merecedor destas suas palavras. Minha busca é fazer o bem. Seja falando de alegria, amor, fé, ou consciência ambiental, fazer o bem. Valeu por me incentivar nesse caminho!! Abraços da fala!!
TATO

Unknown disse...

Me lembro bem, no ano de 2000 surgia uma banda que fez o Brasil parar, ouvir e dançar o forró universitário, quanta saudade!!!! Surgiu a banda que me fez acreditar que poderia sim, existir um forró de bom nível nos trilhos de Luiz Gonzaga. Pois infelizmente hoje só ouvimos letras de músicas apelativas, que são uma pobreza e a Falamansa veio com tudo trazendo letras positivas. E hoje mais do nunca continuam com essa vibe positiva que eu curto de montão!!Agradecemos por vocês nos darem sempre o presente de poder curtir uma letra bacana e de continuar sempre com o forrózinho pé de serra. Amo que amo. Sinto saudades de vcs aqui em BH/MG.
Bjkss

Bru disse...

Poucas vezes tive a oportunidade de ler um texto sobre uma banda e uma iniciativa como este, em meio a sensibilidade fantastica e a critica ácida e necessaria, encontro aqui as melhores palavras para entender e admirar o trabalho dessa banda maravilhosa que é FALAMASA. Parabéns pelo texto que assim como a música "Lixo no Lixo" nos propoe uma reflexão no minimo muito interessante... bjss

Anônimo disse...

Parabens pelo texto e pela percepcao de algo tao bacana e, podemos dizer perdido no meio de tanto "Lixo".
Uma Banda que tem tudo para seguir em frente, uma missao a ser cumprida numa terra de esquecidos, ou lembrados pela baixaria, ilusao e mal gosto.
Ja era fa da Banda antes, agora entao, cada vez mais.
Abraco

Unknown disse...

Oi Edson! Que texto bacana, eu que sou fa incondicional desses meninos maravilhosos, autenticos e talentosos, me surpreendi como vc conseguiu entender a mensagem! Seria tao bom se todos pensassem como voce! Ao inves disso, ligamos as radios mais badaladas e ouvimos a fugidinha, o rebolation,e o acervo de funk que deprime qq ser! Falamansa nao se cansa {Trocadilho classico da banda!} E agora eles voltam com tudo em cima pra nos fazer sorrir e ter consciencia do mundo que estamos destruindo! A grande tragedia da semana que o diga! Um grande abraco pra vc, de uma nova admiradora do seu blog! Ludmila