“No escurinho do cinema chupando drops…”
IR OU NÃO AO CINEMA
É CLARO QUE AS GRANDES BILHETERIAS AMERICANAS COMO “TITANIC”, “AVATAR” E A RETOMADA DO CINEMA NACIONAL, OCORRIDA EM 1994 COM O FILME “CARLOTA JOAQUINA” COM RECORDES DE PÚBLICO E MAIS RECENTEMENTE OS FILMES “DOIS FILHOS DE FRANCISCO”, “CHICO XAVIER”, “NOSSO LAR” E, PRINCIPALMENTE, “TROPA DE ELITE 2” MERECEM UM CAPÍTULO IMPORTANTE NESSE BLOG E NÓS O TEREMOS.
Entretanto HOJE quero falar sobre o ATO DE IR AO CINEMA.
O que pretendo é abrir, descontraidamente uma análise muito tranquila e simples sobre as graças e os contratempos de ir ao cinema, seja no shopping, seja nas salas especiais e cineclubes.
Na sala… de casa!
De um tempo pra cá e isso começou há alguns anos – calculo uns 30 anos – desde a explosão do vídeo cassete e depois com a chegada do dvd e mais recentemente com o computador pessoal, o hábito de ir ao cinema foi sendo substituído pelo velho e bom sofá.
As videolocadoras – hoje quase extintas por culpa do PC e evidentemente da pirataria – com suas prateleiras atraíram milhões de pessoas e as salas de cinema foram para os shoppings e viraram programa de poucas pessoas que procuram especialmente pelo cinema americano. Isso pouco a pouco vai mudando. Processo lento e contínuo.
Na minha apaixonada opinião NADA substitui a grande tela.
A magia e o motivo do ir
A grande ou pequena sala do cinema, suas poltronas, suas indicações de extintores de incêndio, de banheiros, de cuidados com a escada, saída de emergência. Tudo me interessa, tudo faz parte de um ritual.
Há uma magia, um fascínio..
Quando vemos um filme numa tela grande, numa grande sala. Além da qualidade de imagem e de som, há o burburinho, o cheiro da pipoca com manteiga – que eu particularmente costumo recusar, a começar pelo preço, depois pela distração que ela provoca - ou como a pipoca ou presto atenção ao filme.
O filme inicia e a vida real para. Entramos, embarcamos, viajamos para um mundo fantástico, imitando ou não a realidade.
Ali tudo é luz e cor, tudo é mágico e a ilusão nos agrada! Adoramos ser iludidos por uma boa história.
A qualidade dos filmes é outro assunto!
Além disso temos a questão do relacionamento humano. Afinal, saímos de casa, encontramos pessoas, fazemos contatos. Vemos e somos vistos, enfim nos comunicamos fora da virtualidade do msn, orkut, e-mail, twitter…
O motivo e a decisão de não ir
Muitos deixam de ir ao cinema. E as explicações são diversas:
- a comodidade do lar,
- a falta de tempo e de grana: os ingressos andam bem caros e sem falar no preço do estacionamento,
- a explosão da violência urbana: há quem fuja dos cinemas para evitar o perigo das ruas
- coloco na lista o aumento da preguiça, a criação da pipoca de microondas, as mudanças climáticas, enfim…
Há também quem queira fugir do estresse da fila, da briga por um bom lugar, de alguns adolescentes animadinhos que conversam na hora do filme, dos casaizinhos quentes demais e tal. Mas é a vida!
Às vezes um PSIU! basta. Outras, é preciso chamar um jovem funcionáriomecânicouniformizado da empresa.
NÃO POSSO ESQUECER DE CITAR TAMBÉM O PIOR DOS MOTIVOS, A FALTA DE SALAS DE CINEMA NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS. EM BREVE FALAREI SOBRE ISSO!
Uma coisa é certa: É PRECISO AMAR O CINEMA. A ARTE CINEMATOGRÁFICA É FASCINANTE!
A ilusão está no ar, na lata, na fita, na veia, na vida…
É a grandiosidade diante dos nossos olhos, captadas pelo olhar mecânico da câmera.
É a câmera na mão e à frente: a vida e o convite.
É ação, é movimento e movimentação…
Haja luz sobre a mente e o coração dos Homens!
A grande magia vai começar.
E que ela nos leve, nos envolva, nos enleve e nos revele.
Que os olhos brilhem, que os corações saltem, que as mãos tremam…
A Grande Arte nos convida a ir pelos caminhos das metáforas mais loucas.
Nos faz gargalhar e chorar.
Nos pega pelas mãos e nos guia por estradas misteriosas e nem sempre seguras.
Nos diverte e assusta, nos incomoda e alerta, nos distrai e conscientiza.
Nos faz amar, sofrer, sonhar, viajar…
Somos registrados, reconhecidos e nos reconhecemos nela.
No cinema a vida se mostra grandiosa!
LUZ! CÂMERA! AÇÃO! É CINEMA!
(texto de Edson Araújo Lima
apresentado por Lucélia Machiaveli, na Kinopheria - Mostra Competitiva de Cinema)
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